MORCEGOS

Controle de Morcegos

O termo “morcego” significa rato cego, mas eles não são totalmente cegos, ao contrário do que muitos pensam, na verdade, a maioria deles enxerga em preto e branco e, como caçam á noite, desenvolveram uma espécie de sonar, que permite sua locomoção com facilidade no escuro (chama-se ecolocalização).

No Brasil, há cerca de 138 espécies de morcegos, espalhados por todo o país. O Morcego é o único mamífero capaz de voar> Os animais ficam de cabeça para baixo para facilitar o seu voo, além disso, nessa posição eles possuem mais equilíbrio.

Os morcegos podem ser considerados Pragas quando habitem perímetros urbanos, pois transmitem doenças para os seres humanos, como a raiva. Além disso, fungos que causam problemas respiratórios podem desenvolver-se em seus excrementos.

Não se deve exterminá-los sem controle, pois além de ser crime ambiental, causaria um desequilíbrio no ecossistema. Morcegos são predadores naturais de outros animais e ajudam na dispersão de sementes, contribuindo para o reflorestamento.

Doenças que podem ser transmitidas pelos morcegos são:

Raiva

Histoplasmose

Salmonelose

Parasitose em geral

Os morcegos são de hábito noturno saindo de seus abrigos ao entardecer ou no início da noite. Comunicam-se e voam orientados por sons de alta freqüência que, emitidos pela boca ou narinas, ao encontrar um obstáculo retornam em forma de ecos. Esses ecos são captados pelos seus ouvidos e transformados em estímulos nervosos, possibilitando assim sua orientação. Utilizam também a visão e o olfato.

A alimentação dos morcegos varia conforme a espécie. Assim, existem os que se alimentam de frutos (frugívoros), de néctar e pólen das flores (nectarívoros), de insetos (insetívoros), de pequenos vertebrados (carnívoros) e sangue (hematófagos).

De acordo com o hábito alimentar e a espécie os morcegos podem se abrigar em diferentes locais. Morcegos insetívoros, principalmente em áreas urbanas, utilizam como abrigo diurno cumeeiras, forro de edificações, juntas de dilatação dos prédios, caixas de persianas, chaminés e dutos de ventilação, entre outros.

Os morcegos nectarívoros abrigam-se em espaços mais amplos, tais como porões, sótãos, garagens ou outros locais poucos freqüentados.

Os frugívoros abrigam-se geralmente em árvores com copas bem fechadas, sob as folhagens das árvores ou beirais de edificações.

Ciclo de vida

Como todo mamífero, os filhotes dos morcegos são gerados dentro do útero de suas mães. Apresentam uma gestação de 2 a 7 meses, dependendo da espécie, sendo que, geralmente, nasce um filhote por gestação.

Logo após nascer, algumas mães costumam carregar seus filhotes em vôos de atividade noturna. Nos primeiros meses os filhotes são alimentados com leite materno e, gradativamente, começam a ingerir o mesmo alimento dos adultos.

Os morcegos insetívoros habitualmente possuem um pico de reprodução que ocorre no período mais quente do ano (primavera e verão), quando os insetos são mais abundantes. Já no caso dos frugívoros, a reprodução está associada à frutificação das plantas que lhe servem de alimento, ocorrendo principalmente no período seco (outono e inverno).

Os morcegos possuem expectativa de vida alta, variando entre 10 e 30 anos, porém há registros de espécies insetívoras com 40 anos.

Importância ecológica

Os morcegos são mamíferos considerados úteis ao homem e à natureza, devendo ser preservados. Em ecossistemas naturais, os fitófagos (frugívoros e nectarívoros) promovem, em alguns casos, a polinização das flores e a dispersão de sementes de diversas plantas, sendo animais importantes na recuperação de áreas desmatadas.

Os insetívoros são considerados de grande importância ecológica, uma vez que auxiliam no controle das populações de alguns insetos noturnos. Além disso, fazem parte da fauna brasileira e são, portanto, protegidos pela Lei Federal 9.605/98 (Lei do Meio Ambiente).

Portanto, devemos evitar a morte indiscriminada desses animais, conscientizando a população quanto à importância de manter vacinados (anualmente) contra a raiva os animais domésticos (cães e gatos).

Agravos para saúde

Os morcegos não costumam “atacar” mas, independente do seu hábito alimentar, mordem quando perturbados ou indevidamente manipulados. Se estiverem infectados, podem transmitir a raiva que é uma doença sempre fatal na ausência de pronto atendimento. Portanto, deve-se evitar o contato direto com estes animais.

Cabe ressaltar que os morcegos, ao adquirem a raiva, podem apresentar mudanças em seu comportamento, tais como atividade alimentar diurna e caídos no chão.

O acúmulo de fezes de morcegos e aves em locais com condições adequadas, como por exemplo, forro de edificações, pode propiciar o crescimento do fungo Histoplasma capsulatum, causando àqueles que inalarem os esporos uma doença respiratória, a histoplasmose.

Medidas preventivas

Vedar juntas de dilatação de prédios, espaços existentes entre telhas e parede, bem como cumeeiras; vedar todos os possíveis acessos para porões; enfim, manter adequadamente esses locais para evitar que sirvam de abrigo para morcegos. Após a vedação, a sujeira existente no local deverá ser umedecida, removida e acondicionada em saco de lixo, Ao realizar este procedimento, a pessoa deve estar protegida com luvas e máscaras ou pano úmido sobre o nariz e boca.

Em residências ou ruas muito arborizadas, é comum encontrarmos morcegos frugívoros à procura de alimento ou utilizando essas árvores para abrigos diurnos, sendo que, muitas vezes, estes animais dão vôos rasantes em busca de frutos. Deve-se, portanto, colher os frutos maduros ou solicitar ao órgão público competente a poda de levantamento ou a substituição da árvore ou, ainda, simplesmente, evitar permanecer na sua rota de vôo, pois após o período de frutificação, estes morcegos irão para outros locais.

Caso ocorra contato entre pessoa e morcego, o mesmo deverá procurar orientação médica imediata nas Unidades que realizam tratamento para a raiva. Em caso de contato com animais domésticos, procurar assistência veterinária ou a Divisão de Vigilância em Zoonoses.

As familias de Morcegos mais comum no Brasil são:

1) Família Phyllostomidae

É a maior família dos morcegos neotropicais, contendo 92 espécies catalogadas no Brasil. Possui a maior diversidade em relação a abrigos e hábitos alimentares. Os morcegos desta família possuem uma estrutura membranosa na extremidade do focinho, que é chamada de folha nasal.

São um dos principais agentes de polinização e reflorestamento. A família de morcegos alimenta-se de flores, insetos, folhas, frutos, alguns animais e sangue. Confira abaixo as principais espécies:

1.1) Artibeus lituratus

A forma de identificar este animal é reconhecendo as suas 4 listras na face. Ele se alimenta de frutos, pólen, néctar, flores, folhas e insetos. Suas asas podem alcançar até 50 cm de envergadura, assustando ainda mais seus observadores. Dão voos rasantes e andam em pequenos grupos. Abrigam-se nas árvores.

1.2) Platyrrhinus lineatus

Possui comportamento similar ao da espécie Artibeus lituratus. Possui cerca de 30 cm e dá vôos rasantes sobre o seu alimento. Além das 4 listras na face, possui outra ao longo do dorso.

1.3) Glossophaga soricina

A espécie deste morcego possui pequeno porte, cerca de 18 cm, possui focinho alongado e língua comprida. Nutre-se de flores, frutos e insetos. Ele é encontrado perto de varandas que possuem bebedouro de beija-flor. Por esse hábito, ele acaba acidentalmente entrando em residências.

1.4) Desmodus rotundus

Essa espécie é conhecida como morcego vampiro comum. Possui cerca de 35 cm, considerado um porte médio. É a única que se alimenta de sangue de mamíferos. Pode ser encontrada em matas, cavernas, bueiros e casas abandonadas.

2) Família Molossidae

Os morcegos da família se caracterizam por ter uma cauda espessa e livre. Alimentam-se exclusivamente de insetos e possuem 29 espécies catalogadas. As asas são longas e estreitas, o que permite voo rápido e manobrável.

2.1) Molossus molossus

Possui cor negra e 22 cm de envergadura, sendo considerado um morcego de pequeno porte. Abriga-se em pontos altos das edificações, geralmente em vãos e forros. Alimentam-se de insetos.

2.2) Tadarida brasiliensis

É outra espécie de morcego que possui pequeno porte (21 cm de envergadura). Possui dobras no lábio superior. Abrigam-se em locais mais altos. Alimentam-se de insetos.

3) Família Vespertilionidae

Os membros da família Vespertilionidae habitam centros urbanos, nutrem-se de insetos e possuem 28 espécies catalogadas. A cauda destes morcegos fica inteiramente contida na membrana entre as pernas. Abrigam-se nos forros das residências e podem formar colônias de até 50 indivíduos.

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